Desta forma, seja a conquista de uma pequena aldeia ou uma grande cidade como Jerusalém, que foi tomada entre os anos de 66 e 73 dC, era comemorada da mesma maneira. Ninguém era mais ou menos que ninguém. Existia um propósito, uma meta que ao ser atingida terminava sempre com alguém sussurrando no ouvido do general, “Memento Mori”.
Trazendo agora para a nossa realidade, imaginemos quantas vezes seria de bom alvitre que tivéssemos alguém a sussurrar em nossos ouvidos essa afirmação tão simples (frase curta) e singela (sussurrada).
Conseguiu uma promoção no trabalho, Memento Mori. Comprou um carro novo, Memento Mori. O celular de último tipo chegou, Memento Mori. Foi eleito para um cargo eletivo, Memento Mori.
Imagine quantas conquistas poderiam ser celebradas com essa prática. Toneladas de arrogância, empáfia e perda de tempo ficariam pelo caminho e poderíamos de fato viver o nosso propósito.
Talvez esse seja um caminho para nós que vivemos num mundo cada vez mais individualizado e compartimentado pela tecnologia que se expande sem precedentes.
Como diz um amigo meu, o mundo está cheio de palito de fósforo se achando neon.
Entre o Ter o Ser, muitos não pensam duas vezes em escolher o Ter.
A empatia em muito breve vai se tornar demodê, afinal rir-se de tudo e de todos se tornou comum, a dor do outro já não importa. Telas e dedos frenéticos ocuparam o espaço do abraço e da conversa franca, o olho no olho está raro.
E aqui neste ponto cabe mais uma reflexão, com a chegada da IA (Inteligência Artificial) em nossas vidas, o que mais perderemos? Para onde iremos caminhar?
Nossa salvação enquanto humanidade pode sim estar em cerimônias e cultos do passado.
Bença mãe, bença pai, bença vó, bença tio, essa é mais uma tradição importantíssima que está se perdendo. Práticas que não estão em nenhuma tela ou teclado devorador de almas, mas estão, ou pelo menos deveriam estar, em nosso coração e nossa mente.
Um movimento de transformação começa com alguém dando o primeiro passo ou nesse caso o primeiro sussurro.
Memento Mori para mim e para você.
Vamos celebrar nossas conquistas nos lembrando sempre de quem somos e de quem seremos, e assim vamos reforçar o nosso propósito de vida. Menos arrogância e mais empatia.
Mas daí você pode argumentar: “E quem vai sussurrar tal expressão em meu ouvido”.
Tenho uma proposta simples e extremamente eficaz. Vá para frente do espelho, olhe nos seus olhos e fale pra você mesmo, Memento Mori. Faça isso quantas vezes forem necessárias, até você se conscientizar da finitude da vida e que tudo vai passar.
Dores, amores, conquistas, tudo vai passar. Ficarão os seus feitos, os seus jeitos e o amor que você plantou no coração de cada ser que cruzou o seu caminho.
Fora isso, tudo é ilusão.
O celular da moda deixa de ser objeto de desejo quando o 16 é lançado. O carro elétrico deixa de ser novidade quando a próxima tecnologia é apresentada. Tudo passa, sempre existirá uma nova conquista, uma nova batalha interna a ser vencida. Seja o general de si mesmo e o servo a te lembrar disso.
E já que não temos como viver livres da tecnologia escravizante, aproveite e compartilhe esse escrito com quem você ama, só assim quando você mandar uma mensagem de Memento Mori para ele ou para ela, a pessoa vai entender o recado e talvez, sim talvez, deixar a humildade preencher seu coração e sua mente.
Memento Mori pra todos nós.
*Luiz Fernando é jornalista em Cuiabá, palestrante, terapeuta holístico e criador do método CURE que auxilia no tratamento para a bipolaridade. @luizfernandofernandesmt (FALE COM O LUIZ)
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