A Polícia Civil vai instaurar inquérito contra o marido da prefeita cassada de Barra do Bugres, localizada a 169 km de Cuiabá, Maria Azenilda Pereira (Republicanos), pelo suposto envolvimento em um esquema de compra de votos que resultou na perda do mandato da prefeita.
Conforme consta dos autos, o delegado de Barra do Bugres, Fernando Filiu Albuquerque Marques, recebeu, na última segunda-feira (18.11), um ofício solicitando a instauração de inquérito, no prazo máximo de cinco dias, contra Arnaldo Luiz Pereira, esposo de Maria Azenilda; Rosandria Cardoso da Silva, esposa do vice-prefeito Arthur José Franco; e a advogada Marli Guarnieri. O objetivo é apurar a participação dos mencionados no suposto esquema de compra de votos ocorrido na cidade.
Além disso, foi determinada a instauração de investigação contra Lucas Mateus Granjeiro Porth, apontado como o autor de agressões e ataques com uma foice contra uma moradora de Barra do Bugres, identificada como “testemunha-chave” na ação relacionada ao crime de compra de votos. Lucas será investigado por crime de coação.
O processo teve início com uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) movida pela coligação “Renovação com Experiência”, que acusou a prefeita Maria Azenilda de abuso de poder político e econômico, além de captação ilícita de sufrágio (compra de votos).
Conforme a ação, Carlos Luiz Pereira Neto, conhecido como Cacá, filho da prefeita Maria Azenilda e de Arnaldo Pereira, que ocupa o cargo de secretário de Administração no município, teria oferecido R$ 2 mil a Luciana Viana da Silva, durante um comício da mãe, em troca de seu voto e apoio político à então candidata à reeleição para o cargo de prefeita.
Além disso, a ação aponta que Arnaldo Pereira e Rosandria Cardoso teriam prometido benefícios a Luciana, como a construção de um muro na casa dela e um emprego melhor, como forma de induzi-la a votar na chapa da prefeita.
“Ainda no decorrer da audiência de instrução, Luciana apresentou seu aparelho celular, que continha conversas no WhatsApp com o contato Kaká Veterinário, mostrando o número de telefone do interlocutor. Na ocasião, foi permitido que os advogados de defesa manuseassem o aparelho, a fim de atestar a veracidade dos diálogos e a identificação dos interlocutores nas chamadas”, diz um trecho dos autos.
Diante disso, a Justiça Eleitoral cassou o registro de candidatura de Maria Azenilda Pereira por suspeita de compra de votos e determinou sua inelegibilidade por 8 anos, além do pagamento de multa no valor de R$ 200 mil. A decisão é do juiz Arom Olímpio Pereira, que também ordenou a realização de novas eleições em janeiro de 2025.
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